All Star, a Pandemia
Não é a toa que dizem que para entender o cotidiano e os costumes de cada época basta assistir as campanhas publicitárias criadas neste período.
O caso all star é um grande exemplo que ilustra com detalhes este ditado quase popular. Analisando os mais de cem anos da empresa Converse, não foram poucas as mudanças de conceito da marca e de seu público alvo. Essas mudanças, por sua vez, não foram aleatórias, elas seguiam os costumes da época e falavam a pessoas que se identificavam com a marca, incentivando-as a comprar o produto.
Chucky Taylor, o jogador de basquete que contribuiu para o design do calçado na década de 1920 nem imaginava que seu modelo exclusivo para ‘all star’ – expressão americana que designa “só estrelas”, viesse a conquistar jovens roqueiros e até senhores descolados nos anos que estavam por vir.
Tudo começou com a grande popularidade que o tênis conquistou no segmento esportivo. Marquis M. Converse em 1908 fundou na cidade de Malden em Massachusetts a empresa “Converse Rubber Company”. Em 1917 um primeiro modelo já estava a venda para times de basquete. Na década de 1920 Chuck Taylor se oferece a trabalhar com Converse e reformar o modelo de calçado existente. Taylor adicionou uma proteção no tornozelo e começou a assinar o modelo do sapato. A partir de então os números só aumentaram, a popularidade do tênis foi tanta que não só times profissionais usavam o tênis, mas também universitários e amadores semelhante o que acontece hoje com a Havaianas.O sucesso foi tão grande que a marca se tornou o calçado oficial da Segunda Guerra Mundial, deixando de ser um tênis esportivo e passando a ser um tênis de operários e militares. “Até 1955, cerca de 100.000.000 espectadores assistiam aos jogos da NBA e o Converse All Star Chuck Taylor tornara-se o calçado número 1 na América.”[1]
Na décade de 1950 o all star começa a ficar comum entre o roqueiros de Rockabilly, gênero de rock de Jhonny Cash e The Cramps.
Mas a verdadeira revolução da marca está na década de 1970. Com o lançamento em 1966 do cano curto (conhecida como Oxford), a all star conquista os pés do punk rock, outro gênero do rock n’roll.
Ramones, Rolling Stones, Kurt Cobain e os garotos do Strokes são alguns exemplos de famosos que não desgrudaram de seus “Chuck’s”.
O tênis seguiu sua trajetória impulsionada pelo lifestyle (um tênis de cotidiano). Foi febre nos anos 80, época da moda “vários em um”. O tênis manteve o modelo clássico, mas a sola era ligada com um zíper à parte de cima, dando a possibilidade de 3 ALL STAR em 1. Também foi lançado o modelo original em couro – chamado de All Star 2000 – e que se tornou um sucesso entre os consumidores, vendendo mais de 1.000.000 de pares.
Hoje, a marca pertence à Nike, maior empresa de calçados do mundo. Muitos consumidores já reclamaram da mudança do tecido que faz com que o calçado dure menos.
A popularidade atual do All Star não tem fronteiras, mas a fama que ele faz com as “tribos” de rock indie, e os conhecidos como moderninhos se destacam.
No site que satiriza o Wikipédia, Desciclopédia o calçado é visto como tênis de “emo” e tenta levar seu usuário para a força ‘rosa’ da ‘coisa’ sem contar que é caracterizado como um tênis que dá chulé e nada confortável.
Dessa forma, a All Star, se torna uma marca que independe de publicidade, tal como a coca-cola. Seu consumo está tão implícito que não é comum encontrar seus anúncios por ai. De qualquer forma, o tênis está longe de ser apenas um produto, ele é um conceito.
A ponto das pessoas fazerem isso…
Artigo Publicador por :Anônimo H
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